UM TOUR PELAS ESTRADAS DO MEU EU...
Fiz um tour pelas estradas do meu eu...
No primeiro retorno encontrei a INVEJA, que me olhou dos pés à cabeça, num torpor de sentimento negativo, causando-me um frio esquisito na espinha...
Logo depois, dei de cara com o ORGULHO, que nem sequer ousou me olhar nos olhos...
Horas mais tarde, percorridos vários quilômetros, encontrei a TRISTEZA. Essa logo me acenou com um semblante sofrido, então, interrompi por alguns instantes, a minha viagem a fim de estender-lhe a mão e transmitir-lhe os fluídos benéficos da alegria. Afaguei-lhe os cabelos, num leve e sincero abraço para fazer-lhe antever a certeza de que nunca estamos sozinhos, pois há sempre um amigo que nos estende a mão, que nos ouve com carinho e que nos olha com ternura.
E neste meu gesto lenitivo, consegui elevar o astral da velha amiga que, de pronto, retribuiu o meu abraço.
Cuidei de despedir-me porque a estrada fazia-se longa...
Ao retornar a caminhada, percebi que o sol já se despedia do dia e por isso, procurei ir mais ligeiro.
Treco... Treco... Treco... Treco... Nessa pressa, caí do cavalo e por sorte do destino, nesse momento encontrei outra amiga, chamada SOLIDARIEDADE.
Esta, sempre muito serena, cautelosa e atenciosa, veio em meu socorro, deu-me a mão e ergueu-me do chão. Examinou-me e interrogou-me querendo saber se eu havia me machucado. Ofereceu-me um copo d’água e presenteou-me com lindas flores e pétalas de rosas. Encantou-me a sua gentileza.
Contudo, precisando prosseguir minha odisseia, despedimos-nos alegremente e sob fortes recomendações da minha amiga para que eu me cuidasse.
Após horas de viagem, encontrei mais uma amiga, dessa vez a PACIÊNCIA.
Ao vê-la de longe, chamei-lhe bem alto:
PACIÊNCIA...!
PACIÊNCIA...!
E surpresa, ela olhou para traz demonstrando muita alegria em rever-me e eu, prontamente, perguntei-lhe: - “Por que ainda estais no meio do caminho se saíste do mesmo lugar que eu, um dia antes”...?
Ela me respondeu: - “Claro amiga, prá que pressa, se devagar se vai ao longe...?”.
Ainda na companhia de PACIÊNCIA, avistamos logo à frente a sofrida DOR, se contorcendo e se lastimando. Fomos até seu encontro e PACIÊNCIA, como sempre, muito pacientemente, aplicou-lhe algumas massagens de fé e falou-lhe sobre as benesses da ESPERANÇA.
Tão logo citado esse nome, surge uma linda criatura irradiando FELICIDADE, ALEGRIA, PAZ e AMOR. Apresentei-me, eu sou AMIZADE, prazer em conhecê-la. E ela falou-me, num tom quase decepcionado: - “Há horas que eu falo com a DOR, mas ela não quer me ouvir. Não quer entender que um dos maiores remédios para o sofrimento é a ESPERANÇA”. E num lapso, surge a belíssima FÉ, nos propondo uma corrente de pensamentos positivos, uníssonos e elevados a DEUS, em oração e minutos depois a DOR estava curada, pela força dos fluídos positivos dessa corrente de FÉ.
Após esses longos contratempos, percebemos que o dia já dava sinais de sonolência, então resolvemos prosseguir mais uma vez, a nossa viagem. Agora, eu e PACIÊNCIA.
E nos primeiros raios crepusculares do novo dia, surge no horizonte, a figura esguia de uma bela criatura que juntou-se ao nosso pequeno grupo, a SAUDADE, fazendo questão de dizer que durante todo o tempo da nossa trajetória, ela nos acompanhava e fez-nos lembrar das nossas amigas em comum, SINCERIDADE e VERDADE.
Agora, enfim, quando já estávamos bastante enfadados, avistamos ao longe o nosso ponto de chegada. Era um simples e modesto casebre, porém acolhedor e aonde residiam nossas velhas amizades, SINCERIDADE e VERDADE. Nosso reencontro foi realmente uma festa emocionante e aproveitamos o momento para prometer que nunca mais nos separaríamos.
Pétala Suave...