sábado, 30 de abril de 2011

LIVRO MINH’ALMA DO BAGAÇO




LIVRO MINH’ALMA DO BAGAÇO

Da dor retiro um pedaço
Sentindo no corpo um mormaço
Enquanto o papel eu amasso
Mas nele deixo guardado
Um pouco do meu passado
Que está aqui no regaço...
E no meu canto sentada
Eu vou ficando calada
Tentando desesperada
Livrar minh’alma do bagaço...
E a solidão que me amarga
E o coração me perspassa
O sentimento que guardo
No meu destino traçado...
Pois no meu peito eu trago
O peso dum triste fardo
Um fardo que faz doer
E a alegria deter
Parece que vou derreter
Na lágrima sempre a verter
Se nunca me acontecer
De ver o amanhecer...
Mas mesmo assim eu te digo
Em hora que eu bendigo
Tristeza não vou tecer
Pois saberei merecer
O eu que hoje é o meu ser
Que brota de um belo jardim
Com rosas e flores carmins...
Mas no meu canto sentada
Eu vou ficando calada
Estando assim a regar
Sem nunca desanimar
O meu jardim
De jasmins
Com rosas e flores carmins...
E assim...
Te digo amigo...
Em hora que eu mesma bendigo...
Se ontem já é passado
E o meu destino é traçado
No meu jardim bem regado
Eu deixo em papel letrado
Na hora da madrugada
Enquanto aqui eu sozinha
E a chuva que cai fininha
Monitorando a sina...
Amigo...
Aqui até grito...
Prá não ficar em contrito
Não falo de dedo em riste
Por sou muito feliz
Porém se tu me desdiz
A única coisa que eu quis
Se eu menti...
Tu me diz...
Criei um plano traçado
Feito em papel tracejado
Eu sei...
Eu sou mal trajada
MAS LIVRO MINH’ALMA DO BAGAÇO...

Pétala Suave...

NUM INSTANTE



NUM INSTANTE


Na folha do meu caderno
escrevo toda palavra
para falar-te de amor...
Queria sentir-te
bem perto
para livrar-me da dor...
A dor de uma saudade
porque estamos distante
e
tudo que tenho vontade
era
te ter num instante.

Pétala Suave...


quinta-feira, 28 de abril de 2011

O VINHO

  
       O VINHO

Da janela do meu quarto
Eu vejo a lua e as estrelas
E sinto tremor em meus dedos
Enquanto o vinho eu bebo
Pois mesmo sem ser soberba
Um cálice bebo num trago...
O vinho é como o fel...
Amargo...
Deixando no peito um traço
E o coração enlaçado
Trazendo à tona o passado
De um tempo bem desgastado...
Lembranças já apagadas
Com pensamento espelhado
Eu vejo aquele gajo
De porte avantajado
Galhardo...
Porém calado...
Que foi por mim bem amado...
Sabendo que é passado
No vinho dei uma tragada
Prá ver o tempo apagado...
Olhei o céu estrelado
E vi a lua com jeito alcovitado
Mostrando com belos traços
As formas delineadas
Daquele galhardo gajo
Que fora um dia o meu Mago
E agora só vejo em retrato...
O vinho é como fel
Bem diferente do mel
Pondo no peito um anel
Rolando no carrocel
Como se fosse um cartel...

          Pétala Suave...

terça-feira, 26 de abril de 2011

UM BELO SONHO QUE EU TIVE


UM BELO SONHO QUE EU TIVE

Quero escrever um poema que fale de amor e ternura...
 Um simples poema e nele fazer a leitura
de um lindo sonho que eu tive
revivendo em minha mente
um belo cisne que eu vi
sobrevoar minha tenda
trazendo pétalas de rosas

como se fosse encomenda
e uma carta que eu li

com versos bem amorosos...
Não pense que é ficção pois sinto muita emoção
flingindo o meu coração...

Agora fecho meus olhos de leve
para enlevar minha mente 
com meu coração que se entreva...
Percebo um cisne na névoa
com sua cor feito neve
e sei que nada me deve
porque a imagem me revela
na mente que me envela...
Parece feito novela
mais digo que tudo é vero
embora eu vejo em tela
apenas o que mais interessa...
Enfim... 

 Não há porque tanta pressa
pois sua imagem deveras
ficou em minha mente impressa...
E com alegria expresso...


segunda-feira, 25 de abril de 2011

MEU NINHO...



MEU NINHO

Te vi de relance
tu estavas tão lindo
Mas...
Por um instante
de mim tu partiste...
Contigo eu me alinho
e sempre
te deixo todinho
cheinho
de amor e carinho...
O meu cabelo eu alinho
para mostrar-me pra ti
e quero te dar o carinho
que tenho aqui
no meu ninho...
Quero te ter
bem pertinho
aqui...
Cá junto a mim...
Aqui só no meu cantinho
e dizer-te...
“Estais tão lindinho...!”


Pétala Suave...

VISTO O TRAPO DA SAUDADE



Não massacre o coração de alguém que sonha contigo...
Visto o trapo da saudade
E minh’alma é só um bagaço...
A sua ausência mina o meu ser
Pois devagar meu corpo esmorece...
Não tem teu calor que me aquece
Nem o ardor que me atiça...
Meu peito virou um pó
E meu coração deu um nó...
Virei uma múmia enlaçada
Vagando pelas calçadas
Em uma louca caçada
E quando numa penumbra
Penso ver o teu vulto
Vejo que é ilusão...
Ouço uma música ao longe...
E nessa música
Ouço o ecoar da tua voz
Me encho de emoção
E a tristeza que é meu algoz
Me põe as suas amarras...
Meu pensamento anseia
Pensando que você veio...
Estou partida ao meio...
Ora eu vejo você
Na sua imagem que vejo
Mas a saudade daninha
Na dor que ela é só minha
Na tela ilumina o letreiro
Usando palavras brejeiras
Dizendo de modo ligeiro
Enquanto tento apagar o letreiro
Escrito com um tinteiro
Bem feito...
POR QUE NÃO TEM JEITO
E AQUI JAMAIS ELE VEIO...

Pétala Suave...

NO SILÊNCIO DA NOITE


NO SILÊNCIO DA NOITE
No silêncio da noite
Minh’alma suspira
Um leve gemido
Com o peito premido
Eu sonho acordada...
O vento sussurra
E os pássaros calam...
A lua se esconde
E eu sonho contigo...
Meu peito é abrigo
Da sua lembrança
Caminhando sem rumo
No tempo sem fim
Pois a hora não passa...
Perambulando eu sigo
 Na estrada comprida
Da cidade deserta...
Becos...
Ruelas...
Ruas estreitas...
Portas
 E janelas fechadas...
No silêncio da noite
Eu sou um vagabundo
Que sonho o meu mundo
E não tenho mochila...
As mãos são vazias...
Trêmulas...
A dor é o meu castigo
Com os olhos perdidos na escuridão
Não dou sequer um cochilo...
Nenhum vagalume
Ilumina o meu chão...
Assim...
Sou eu no meu mundo
Feito um giramundo
Percorrendo o Universo
Na rapidez do pensamento...
Clamo o teu nome...
Mas tu não me ouves...
Vejo a minha sombra
Embaixo duma penumbra
como uma pequena peregrina
Cabisbaixa...
Em trapos...
O frio agora cinge o meu corpo
E minh’alma adormece
No relento...
E você...
Onde estais...?
Não sei...
 Não sei...
Passastes por mim
Mas fiquei na insignificância
Fatigada...
Deixo meu corpo caído...

Pétala Suave...

domingo, 24 de abril de 2011

GÔSTO DO MEL


GÔSTO DO MEL

Vou escrever um poema
Pra descerrar o meu ser
Direi em versos e prosas
A minha maneira de ser
Não sou soberba do fel
Mas
Sou o gosto do mel
Não sou cobaia da dor
Mas
Sou proeza do amor
Sou verso
       Prosa
       E
       Alegria
       Suavidade
       Doçura
Que fala de amor
Em poesia.

Pétala Suave...

PÕE MINHA MÃO EM TEU PEITO




PÕE MINHA MÃO EM TEU PEITO

Ah...
Tuas mãos afagando meu cabelos
E seus olhos banhando-me de desejos
No banquinho sentados
Voltamos de leve ao passado
Viramos criança
Na adolescência...
E tu...
Sutilmente chegaste
A mim tu beijaste
No seu corpo me aconchegaste
Assim
Feito um Romeu
O Romeu e a Julieta
Olhando no céu as estrelas
Meu corpo tremeu...
Tremeu de desejos
E num desespero
Contive o ensejo
Fiz meu enredo
E não tive medo
Fazendo arremedo
Senti-me a gemer
Gemer de prazer
Pois quero viver
O amor com você...
E agora eu te digo...
Vem...
Afagar-me os cabelos
Matar meus desejos
Acender meus anseios
Deixar meus ensejos
Cobri-te de enlevos...
Meu corpo em novelo
Fazer derretê-lo
E nada detê-lo
Pois não tenho medo
Nem peço arrego
E num bom apego
Te pego de açoite
De dia ou de noite
Fazendo um belo pernoite...
Vem...
Sentir a delícia
De uma carícia
Com toda a malícia
De todo o ardor
Que tem meu amor...
Vem...
Põe minha mão em teu peito
Sentindo minha emoção
Mas não me faças trejeito
Porque então me deleito
Suavemente sentindo
De leve o seu coração...

Pétala Suave...