domingo, 23 de janeiro de 2011

ENCONTRO COM O MAR - MEUS POEMAS





ENCONTRO COM O MAR

          Caminhava lentamente na orla da praia.

          Vestido de organza branco, semi-transparente, bem leve e solto, longo decote de alças finas, deixando à mostra a pele sedosa e bronzeada. E com os cabelos negros e esvoaçantes.
          Caminhava sentindo a delícia da brisa suave do mar, ouvindo as ondas a tocarem a melodia da solidão.
          Gaivotas saudavam a bela manhã de domingo e eu, ali, mais uma vez, a cumprir o meu ritual.
          Pés descalços, tocavam levemente as águas trazidas pelas ondas, enquanto adentrava-me devagarinho, banhando-me completamente e despreocupada não percebia que o vestido ao molhar-se, colava-se ao meu corpo, tornando-se, cada vez mais, transparente.

         Que delícia...!

          Falava baixinho, comigo mesma, como a agradecer àquele bálsamo que me inebriava, entregando-me submissa, mergulhando como se fora uma pequena pétala levada pelo vento.

          Mergulhava encantada e depois  sacudia os cabelos molhados.

          Huumm... Que delícia... Que bálsamo...

          Sensação de liberdade que, talvez, somente as gaivotas voando alto, percorrendo os oceanos são capazes de sentir.

          Ah... Que delícia...!

          E mais uma calma onda banhava-me o corpo, selando o meu encontro com o mar.
          Olhava para os lados percebendo que eu estava sozinha e voltava a sentir o mar a banhar-me carinhosamente.

          Indagando silenciosamente... - E se o relógio parasse...? Eternizaria o tempo...!

          Num último mergulho, deixei  cair das mãos uma pequena garrafa, nela contida um pequeno bilhete escrito em cunho: - “A ti, amor distante e desconhecido, esta pétala de rosa, suave e perfumada, com a essência do meu ser”.
          No centro da pétala, a inscrição:

        “AMOR”....

          E assim, cumprido o último ato do meu ritual dominical, afastei-me, despedindo-me do mar e sentei-me à beira da praia, sentindo a leveza do vestido completamente molhado, os cabelos escorrendo a banhar-me o corpo e inerte, buscava perceber, ao longe, qual seria o rumo da garrafinha que havia sido levada pelas ondas para bem longe.

          Agora, vencida, caí ao relento, enquanto pensava: “... Como gostaria de ser aquela garrafinha, a fim de que eu pudesse sentir o calor de todos os mares...”.

          Adormeci e as gaivotas felizes sobrevoavam o meu corpo, como que a velar os meus sonhos.

Pétala Suave... 
         

Um comentário:

  1. Minha amiga:
    Que belo texto,Parabéns!!!!
    Eu adoro os seus poemas. Serei seguidor do seu blog, com certeza.No face, adoro as suas mensagens!!
    Um grande abraço e a minha admiração.


    Jadson Queiroz

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