domingo, 13 de fevereiro de 2011

O TIC - TAC...



          A porta entreaberta e eu desespero, sempre à sua espera, no quarto singelo à meia luz.
          Escuto um eco... Será sua voz...?
          Olho o relógio e a hora me diz, talvez não virás. O tic-tac não pára e eu que tanto desejo, por que tem correr...? Por que não páras relógio...?
          Ó que ingrato, a incitar-me a ansiedade...
          E tu que não chegas...!
          O tic-tac, tic-tac, não pára…
          Ouço ruídos, penso: É ele...! Corro à janela, mas é ilusão...
          Minhas mãos se corroem de tanto se entrelaçarem. Meus olhos lacrimejam e meu coração acelera, arrìtcamente.
           Ó tempo... Por que não páras...?
           Vede, estou um trapo... Quase um farrapo de tão ansiosa.
          Vede... És o indício de que ele não virá.
          Hora ingrata, tu passas ligeiro feito um cometa.
          E o tic-tac a me perturbar, dizendo-me, é hora de ir-se deitar.
          Relógio... Relógio... Por que não páras...?
          És meu algoz, da incerteza, da espera.
         E o tic-tac, acompanha-me, ensurdecedor e sem misericórdia, aos meus ouvidos.
          Tento esquece-lo. Eliminá-lo. Mas, fixou-se no tímpano.
           Ando de um lado a outro e a espera continua, o mundo silencia e o relógio insiste no seu tic-tac.
          O coração acelera... Minh’alma dói e ele não vem.
          E o relógio, ali, frente a mim, fixando-me. Parado, feito um carrasco, esperando meu corpo cair ao relento.
          A lua se vai, lentamente e eu à janela, espraiando, imagino um vulto enxergar por entre as árvores, um vulto dourado, banhado com cores do luar, vai se chegando... chegando...

          Ahh...!

          Que bom...!

          É ele...

         Ele mesmo...!

          Ahh...

          E o tic-tac parou.

          Até que enfim.

Pétala Suave...

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