terça-feira, 7 de outubro de 2014

FRÊMITO


FRÊMITO

Você à minha frente 
fitando meus olhos...
E eu ali,  
inerte, 
a olhar-te
enquanto tuas mãos
sutilmente, 
tocavam as minhas...
Sentia-me arredia 
e encolhia-me em meu canto...
Mas...
Ó Deus...!
Estava trêmula...
Sentindo teu pulsar forte
e meu peito vibrante
fazia-me suar frio...
Gelado...
Ó Deus...!
Meu ser em frêmito
sentia meu corpo quente
calejando min’halma
no solstício da paixão...

Pétala Suave...

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

FAGULHAS DA POESIA...


FAGULHAS DA POESIA...

 Se um dia encontrares

em teu caminho

pedaços da minha poesia

guarde-os em seu coração

pois são fagulhas de uma grande paixão...

São fuligem desse sentimento

que abrasa o meu ser

queimando como uma chama de prata

e causando-me uma dor

que não mata 

pois

 é bem pior que isso

porque maltrata

sem sentir dó...

Se encontrares a minha poesia

lembre-se que ela é adubada

com a lágrima da saudade...


Pétala Suave...

15.09.2014.

UUFAA... QUE SONHO...

UUFAA... QUE SONHO...

          Um belo tailleur de cetim vison, vermelho forte, deixava-me a silhueta à vista, delineando o meu corpo, enquanto lentamente eu caminhava, avançando numa rua estreita e deserta.
          Os passos enlarguesciam deixando à mostra parte da perna através da abertura do vestido que me fazia chamar a atenção.
          Atônita, eu olhava rapidamente, todos os ângulos da rua em passos cada vez mais largos. Sentia-me observada... Algo me seguia... Olhares invisíveis...
          Não sei ao certo donde partiam esses olhares curiosos que me cingiam a coluna, fazendo-me estremecer... Forte energia arrepiava-me... Huuumm...
          Donde vinham, não sei...
          A rua era extensa e a calada da noite detinha apenas longas portas e janelas fechadas.
          Cruzei os braços com força, arfando-me os seios bem fortes. Sentia frio... Medo...
          Não ousava voltar-me e olhar para trás. O medo dominava-me, cada vez mais, enquanto percebia que a rua parecia não ter fim.
          Uiii...! Apertava mais ainda os seios como se assim, eu estivesse a salvo.
          Tornavam-se cada vez mais rápido os meus passos, em cadência, ecoando forte o barulho do toque suave do salto bem alto da elegante sandália dourada.
          Huuum... Sentia frio... Medo... E por mais rápido que eu caminhasse, não conseguia alcançar o ápice da rua. Estava ofegante e novamente, sentia no dorso um frio energético. Sim... Estava sendo seguida...
         Eram olhares que me acompanhavam, fazendo-me tremer.
          E os passos seguiam-se mais rápidos, projetando-me as pernas pelo longo talhe do vestido, que uma vez forçado, abria-se. Cada vez mais, encolhia os seios com meus braços, apertando-os, tentando proteger-me, enquanto provocava passos mais longos, esvoaçando os negros cabelos sobre meus ombros.
          O vento sussurrava leves assobios em volta de mim.
          Tentava conter-me... Mas, como...? 
          A rua não tinha fim...
          Enfim... Tentei correr com todas as minhas forças, mas a sandália quebrou...
          Ai Deus...!
          E ofegante, respirei forte.
          Ah... Que bom que acordei...!
          Fora apenas um sonho... Acordei...!
          Uffaa... Que sonho...!

                                            Pétala Suave...
Maria Eduarda
Natal, 29.07.2006.
  
  

NOSSOS CORAÇÕES SILENCIARÃO..


NOSSOS CORAÇÕES SILENCIARÃO...

Ao partires regue a minha imagem
com perfumes de rosas
enquanto uma sonata triste
testemunhará uma lágrima percorrendo minha face
a qual disfarçarei com um leve sorriso
para mascarar a minha dor...
Não esqueça de embalar cuidadosamente
as partituras dos cânticos de amor
que escrevi para você
porque elas são suas...
Comigo
 basta ficar a sua lembrança
maculando a saudade
que será a minha eterna companheira...
Quem sabe um dia nos reencontraremos
e nossos olhares ao cruzarem-se
falarão por nós
tudo o que nossos corações silenciarão
pois nossos lábios
apenas balbuciarão
um simples “TUDO BEM?”...

Pétala Suave... 
15.11.2013

LIVRO DE LIÇÕES QUE FOLHEEI...



















Jamais o meu passado apagaria a sabedoria do meu
presente... 

O meu presente 
é um tesouro que adquiri com as experiências, 
atropelos, dores, choros, lamentos e alegrias. 
Com o idealismo que sempre tive 
na esperança de um mundo melhor 
(embora hoje já percebo que é pura utopia), 
além de todas as vicissitudes que enfrentei 
ao longo do caminho da minha vida. 
Entretanto, 
esse passado 
foi o livro cheio de lições que folheei
para aprimorar o meu presente. 
Não vivo apegada ao passado, mas não posso negar 
que ele foi parte fundamental para o meu presente. 
Posso até apagá-lo, mas ele não pode apagar 
a sabedoria que me proporcionou. 
E é essa sabedoria 
que faz de mim uma pessoa extremamente feliz
Pétala Suave
(Maria Eduarda – Natal, 05.06.2003)

domingo, 14 de setembro de 2014

É AQUI QUE TE ESPERO...


É AQUI QUE TE ESPERO...

Embora o meu grito seja reprimido
pelas delicadas cordas vocais
ou
os meus desejos contidos 
por essa paixão afoita 
sejam impressos na fotometria ocular... 
Ate mesmo as palavras
que revelam meus pensamentos mais atrevidos 
que teimam 
em esconder-se nos lapsos da memória...
Ainda assim:
Busco incessantemente 
as palavras certas 
para te fazer entender 
que meus versinhos 
têm o teu cheiro 
e o calor que abrasa o meu corpo
pois minha poesia 
é “VOCÊ”...
E é por isso 
que mesmo de forma torpe
a única coisa que sei dizer é:
Vem...
É aqui que te espero...

Pétala Suave...

22.07.2014




SILÊNCIO DA MINHA SOLIDÃO

Com o meu olhar cabisbaixo
disfarço um pouco a minha tristeza
forçando uma lágrima
que desce sobre a pálida face
banhando meu peito apertado
pelo medo de acordar
do meu doce sono
que acalenta minh’alma sofrida...
A incerteza
onde ora são risos largos
e depois a dor ensurdecedora
da paixão contida...
Como fazer-te compreender
o meu canto triste
sob o sol escaldante
ou a chuva
que encharca meu corpo lívido...?
Sou apenas uma pecadora
sem vinho no cálice dourado
ou um pedaço de pão...
Mas com um enorme livro
escrito com o silêncio
da minha solidão...

Pétala Suave...

Brasil - Natal, 29.07.2014.

QUEIMA DELICIOSA DO SUOR QUE NOS BANHA

Exorcizo minh’alma
nos fluídos do teu perfume inebriante
enquanto teu corpo caliente
aperta-me...
Aperta-me...
Sufocando-me no fulgor aconchegante
de nossos corpos cúmplices do nosso amor
que incendeiam as entranhas
e insaciáveis
nos recusamos a despertar desse sonho
que alimenta nossas almas
de eternos amantes...
Vem...
Fechemos nossos olhos...
Volitemos em pensamentos ardentes
e desnudos sintamos a queima deliciosa
do suor que nos banha
numa eterna metamorfose
de ardente paixão...
Vem...
És o meu sonho mais ardente...

Pétala Suave...