segunda-feira, 15 de setembro de 2014

UUFAA... QUE SONHO...

UUFAA... QUE SONHO...

          Um belo tailleur de cetim vison, vermelho forte, deixava-me a silhueta à vista, delineando o meu corpo, enquanto lentamente eu caminhava, avançando numa rua estreita e deserta.
          Os passos enlarguesciam deixando à mostra parte da perna através da abertura do vestido que me fazia chamar a atenção.
          Atônita, eu olhava rapidamente, todos os ângulos da rua em passos cada vez mais largos. Sentia-me observada... Algo me seguia... Olhares invisíveis...
          Não sei ao certo donde partiam esses olhares curiosos que me cingiam a coluna, fazendo-me estremecer... Forte energia arrepiava-me... Huuumm...
          Donde vinham, não sei...
          A rua era extensa e a calada da noite detinha apenas longas portas e janelas fechadas.
          Cruzei os braços com força, arfando-me os seios bem fortes. Sentia frio... Medo...
          Não ousava voltar-me e olhar para trás. O medo dominava-me, cada vez mais, enquanto percebia que a rua parecia não ter fim.
          Uiii...! Apertava mais ainda os seios como se assim, eu estivesse a salvo.
          Tornavam-se cada vez mais rápido os meus passos, em cadência, ecoando forte o barulho do toque suave do salto bem alto da elegante sandália dourada.
          Huuum... Sentia frio... Medo... E por mais rápido que eu caminhasse, não conseguia alcançar o ápice da rua. Estava ofegante e novamente, sentia no dorso um frio energético. Sim... Estava sendo seguida...
         Eram olhares que me acompanhavam, fazendo-me tremer.
          E os passos seguiam-se mais rápidos, projetando-me as pernas pelo longo talhe do vestido, que uma vez forçado, abria-se. Cada vez mais, encolhia os seios com meus braços, apertando-os, tentando proteger-me, enquanto provocava passos mais longos, esvoaçando os negros cabelos sobre meus ombros.
          O vento sussurrava leves assobios em volta de mim.
          Tentava conter-me... Mas, como...? 
          A rua não tinha fim...
          Enfim... Tentei correr com todas as minhas forças, mas a sandália quebrou...
          Ai Deus...!
          E ofegante, respirei forte.
          Ah... Que bom que acordei...!
          Fora apenas um sonho... Acordei...!
          Uffaa... Que sonho...!

                                            Pétala Suave...
Maria Eduarda
Natal, 29.07.2006.
  
  

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