RETICENCIAS...

 

RETICÊNCIAS...

Se o ontem passou

do hoje pouco conhecemos

e o amanhã ainda virá...

Quem sou eu...?

Quem és tu...?

Somos reticências...

Porque a vida é uma eterna reticência...

Pouco conhecemos...

Pouco sabemos...

Pétala Suav

21.10.2006.

O LAGO

 

 O LAGO

 

Abro a janela da mente...

Que paisagem!

Que paisagem!

Maravilhas da mente

que alimenta minh'alma

e vejo um lago

de águas límpidas e puras

Flores campestres e perfumadas

que adornam a orla lacustre

e de repente

volito por sobre suas águas

lentamente nas pontas dos pés

enquanto sua brisa

beija-me a fronte

escondida sob os cabelos encaracolados

negros e esvoaçantes

adornados com flores e pétalas de rosas

sentindo os pés que tocam suavemente

suas águas

Que delicia!

Que leveza!

Sinto o meu vestido

branco de organdi

totalmente transparente

molhado a mostrar a silhueta

enquanto esvoaça levemente

sob o ritmo do vento que assobia

cânticos de desejos

Cânticos de amor

Enfim...

Abro os olhos...

Fecho a janela da mente

e retorno à realidade

enquanto pergunto...

Solidão...

Solidão...

Por que me persegues...?

Pétala Suave

publicado em 23.08.1998.

NO FULGOR DA IMAGINAÇAO

 

NO FULGOR DA IMAGINAÇÃO

 

Me encontro sempre sozinha

no lamento dessa dor e na ferida da paixão

metrificando o desejo de ter-te pertinho de mim...

Sou lamento e sou a dor...

O desejo e a paixão...

O carinho e a ternura

e no ardor desta saudade

encolho-me aqui em meu ser...

Traçando com o pensamento

a trilha do longo caminho

desta infinita distância que me separa de ti...

Fecho os meus olhos

querendo te ver mais perto

e no fulgor da imaginação

sinto teu cheiro felino

e teu calor me aquecendo...

E nesta euforia de sonhos

por um pequeno momento

estou pertinho de ti...

Pétala Suave

POR FIM, NOS ENCONTRAREMOS

 

POR FIM NOS ENCONTRAREMOS
 
Ouvi teu insistente chamado e tentei pegar suas mãos
enquanto gritava teu nome ao léu
pedindo-te para esperar-me
mas
 não ouviste o meu clamor...
Em uma última tentativa
quase consegui te alcançar
porém o imprevisível destino o afastou de mim...
Tão rápido...!
Tão rápido...!
E fui te vendo distante... Distante...
Enfim...
Uma lágrima desceu no meu rosto
banhando meu coração que jaz em agonia...
No meu ser
deixaste o rastro do teu cheiro
e a sombra insana da saudade...
O destino cruel o levou de mim
no exato momento em que te encontrei...
E eu que pensava que você não existia...
Mas...

Fora apenas um sonho...
Resta-me a certeza de que
“Você existe!”
E um dia 

este cruel destino abrirá uma porta
por onde por fim...
Nos encontraremos...
 
Pétala Suave
(Publicado em– 22.06.2013)
 

 NOITE INDOMÀVEL

 

          Ó noite indomável,

exorciza minh’alma 

e liberta o meu corpo.

          Ó noite indomável, 

sentes meu corpo dormente, 

sedento e suave.

          Noite...

          Que noite...!

         Deixe-me deitar de leve e ao relento cair,

dormir o meu sono 

e enfim, 

sonhar belos sonhos. 

        Os sonhos de alguem que ora sonha acordada, 

querendo um aconchego.

       O aconchego num colo 

que me faça agradecer as noites tão indomáveis 

e quando amanhecer, 

ainda caída ao relento, 

com o corpo todo suado 

a desejar chegar logo 

mais uma noite tão indomável. 

Pétala Suave

 

 

NO GORJEAR DA POESIA
 
No gorjear da minha poesia
dedilho nas cordas do violão
uma sonata de amor
inspirada na eterna paixão
que tomou como refém
o meu pobre coração...
Enquanto uma lágrima atrevida
aquece o meu rosto triste
enrosco-me na doce saudade
daquele alguém que partiu
me deixando de lembrança
apenas a sua imagem
gravada na minha pupila...
No gorjear da minha poesia
o meu canto é docemente
minha eterna companhia... 

Pétala Suave...

A NOITE E MINHA

 A NOITE É MINHA

          Anoiteceu...

         Ó noite... Ó noite...

          Na solidão do meu quarto estou inquieta, vagando, tentando adormecer.

          Revolvo meu corpo na cama... Não há espaço prá ele, por tanta inquietação.

          Sinto o frio tocar-me e ponho-me sob os lençóis.

          Noite... Ó noite...

          Acendo o abajur e vou até à janela, olhando o céu pouco estrelado.

          Detenho-me olhando o velho relógio e vejo, com toda certeza, que a hora não passa nunca.

          Volto prá cama de novo, me encolho sob os lençóis, em vão... Em vão... Não consigo dormir.

          Tento rezar um pouquinho e tenho uma intuição: “- Pegar papel e um lápis”. Sim... Preciso escrever... Fecho meus olhos querendo advinhar, o que deverei escrever.

          Os pensamentos são muitos, mas as palavras me fogem. Parece até um complô do tempo ou da natureza.

          Concentro-me nos pensamentos querendo ordená-los nas frases certas, depois descubro: “Como é difícil escrever!”.

          Busco... Busco as frases e elas se perdem de mim.

         Neste momento, reflito... Como eu queria ter o dom de escrever meu próprio diário... Registrar detalhes da minha intimidade, as alegrias, as tristezas, os desejos, os sonhos ou as inquietações...

          Infelzmente nao econtro as palavras que me fogem, desordenando as frases.

       Numa noite sem sono, com um lápis e um papel, o tempo certamente, não haveria de ser perdido.

          Lá fora chove e o frio me vence.

          Ah... O computador... Sim que pena... À essas horas o universo da net também está dormindo. Enfim... Somente eu estou acordada.

          Bom... A noite é minha até o sol raiar.

          Huumm... Volto a olhar a hora.. 01h18min... Realmente a noite é longa... Parece que esticou numa imposição do tempo. Ligo o rádio tentando um entretenimento, mas, novamente eu penso, só pode ser um complô. Ouço a bela voz do locutor dizendo que a programação acabou. Que pena... É... Enfim, estou mesmo sozinha, enquanto escuto a chuva forte lá fora. Todos dormem, até os animais, mas... E aí, por que estou acordada...? Sim, por que...? E o pior é que nem mesmo eu sei o por quê.

          Inda bem que eu tenho meu amigo papel e um lápis.

        Agora, 01h46min. Vou ao computador, abro a minha página da net e lá deixarei o que aqui escrevi. Se alguém lerá...? Que importa... Pouco importa...!

          Ah... Agora é o computador... Tá lento... E a noite esticando... A hora...? 02h11min, mais agora não há pressa, a noite é minha.

          Vou à cozinha preparar um cafezinho, aguardando um melhor funcionamento do computador, não há pressa mesmo...

          A noite é longa...

          

           Enfim... Amanheceu...

Petala Suave...