NO APERTO DE MÃO DA DESPEDIDA...

Na dor da minha tristeza

Deixei meu coração despido

Soltei as amarras no grito

Que a ele  amordaçava

E sem dó me enlaçava

Fazendo-me perder a beleza

Entrevando-me a leveza

Restando apenas a castidade

POIS EXPLODIU UMA BOMBA DE SAUDADE

NO APERTO DE MÃO DA DESPEDIDA...

Sinto falta da certeza

Do amor que era sentido

Não sei se maldito ou bendito

Mas minh’alma encantava

Quando bem alto cantarolava

Agora me falta a destreza

E eu virei fácil preza

Como força de maldade

POIS EXPLODIU UMA BOMBA DE SAUDADE

NO APERTO DE MÃO DA DESPEDIDA...

Pétala Suave...



NO CÁLICE DA PAIXÃO

NO CÁLICE DA PAIXÃO

Das rosas tirei os espinhos

P’ra não ferir minha mão

Que ponho em meu coração

Sempre que lembro de ti

Desejando ter-te aqui

No relho do meu coração

E encarcero a emoção

Que flecha o meu amor

Agrurado pela dor

POIS NO CÁLICE DA PAIXÃO

EU BEBI TODOS OS VINHOS...

Usei uma roupa de linho

Para chamar sua atenção

Ousei mas foi tudo em vão

Percebi que era um sonho

Que deixou meu ser tristonho

Mais dele tirei a lição

Há que fazer seleção

E sem perder a euforia

Sabendo que nem tudo que rima é poesia

POIS NO CÁLICE DA PAIXÃO

EU BEBI TODOS OS VINHOS...

Pétala Suave...



CÁRCERE DA GRANDE PAIXÃO

FELIZ DIA DAS MÃES...

REFÉM DA NOITE

REFÉM DA NOITE

          A noite me toma como refém e faz de mim um joguete, enquanto rolo na cama, disfarçando que durmo.

          Ó noite...

Não és tu o preâmbulo dos enamorados...?

          Ó noite...

Não és tu que inspira o poeta...?

          Ó noite...

Não és tu que inspira os desejos...?

          Não és tu,  que quando abre as cortinas me mostra o céu estrelado...?

          Não és tu, que faz surgir a musa dos enamorados, a lua, cantada pelos poetas...?

          Então ó noite...

Por que tu és meu algoz...?

         Corta-me as algemas e deixa-me fluir nos encantos do amor.

          Fazes de mim a tua rainha, deixando-me dormir sossegada, sonhando o sonho dos deuses.

          Não vês, ó noite...

Que mesmo refém, eu sonho acordada...?

Pétala Suave...

FICA MAIS UM BOCADINHO

FICA MAIS UM BOCADINHO

Quando chegares aqui

Cuidado...

Fale baixinho...

Pisa bem devagarinho

P’ra não acordar-me do sonho...

Traga em tua mochila

Apenas rosas e pétalas...

Abraça-me com doce carinho

Aconchegando-me ao teu peito...

Te esperarei bem bonita

E quando ao vê-lo risonho

Terei enfim a certeza

Que eu não estava dormindo

Apenas

Sonhava acordada...

Assim...

Ao vê-lo sorrindo

Enlaçarei-me em teu corpo

Para sentir teu calor...

Beijar-te-ei com  ardor...

Permanecendo calada

Sentindo o teu corpo quente

E a ti ficarei colada

Olhando firme em teus olhos...

Sentirei meu corpo trêmulo

Causado pela paixão

Que aquecerá nossas almas...

E implorarei com doçura

Usando toda ternura

Dizendo:

“Não se vá...

Fica mais um bocadinho...”

Pétala Suave...

NUM DOCE CÔNCAVO E CONVEXO



NUM DOCE CÔNCAVO E CONVEXO

Não tenho carruagem de prata

Nem mesmo cavalo alazão

Mas tenho amor e paixão

Para fazer-te meu rei...

Não tenho coroa de ouro

Nem roupas acetinadas

mas tenho guardado carinhos

que o farão majestade...

Majestade do amor....

Príncipe da minha paixão...

Serás o meu Rei Leão

dono do meu coração...

Dono dos meus desejos...

Imperador do ardor

Que incendeia o calor

Do sabor

De nosso amor...

Selaremos nossos corpos

Tornando-nos apenas um só...

Farei-te viciado em mim

E eu serei tua gueixa...

Mas nunca haverá uma queixa

Porque acenderá uma chama

E a paixão que se esparrama

Nos deixará no avesso

Num doce

CÔNCAVO e CONVEXO

E nossa paixão atrevida

Fará de nós

AMADO... AMANTE...

Pétala  Suave...

VEM...

VEM...

Venha meu doce amor

Abraçar-me com ternura

Sentir meu corpo fremido

Nesta noite tão escura...

Venha meu doce amor

Não espere o amanhã

Porque o futuro é incerto

E eu te quero aqui bem perto...

Colha as flores matinais

P’ra perfumar o meu corpo

E entapetar todo o chão

Que cairemos de leve

Fazendo amor com paixão

Deixando que nos enleve

Nessa doce loucura de amor

Deste fulgor tão insano...

Vem meu doce amor...

Quero dar-te o meu carinho

Todo regado a carícias

Temperado com malícias

Com nossas mãos atrevidas

Percorrendo nossos corpos

Fazendo-nos derreter

No torpor de uma paixão

Sussurrando doces ais

E num derradeiro gemido

Dizer-te...

Tu és o meu rei

E eu sou tua rainha...

Pétala Suave...

NA REDE DO PENSAMENTO



NA REDE DO PENSAMENTO

O ultimato desmoronou

Os pedregulhos do meu coração

Fez-me cair no lôdo...

Na lama...

No chão...

E meu peito

Feito uma chama

Por ti se põe a chamar

Num clamor

De intensa dor...

Da dor da saudade...

Ó que maldade

Que fere o meu ser

Pois eu sei não posso te ter...

Soltei a amarras...

Pensei estar livre

Da sua lembrança...

Mas...

O fio de Ariadne

Feito cordão umbilical

A ti me prende...

Me rende...

Na rede do pensamento

Já que sua imagem está fixa

Na tela da minha mente

E não há sequer um solvente

Capaz de apaga-la

Pois continuo a afaga-la

Docemente...

Mormente é a certeza

De eu nunca te ter...

Pétala Suave...